Vira e mexe vemos um vídeo de
Airsoft onde alguém leva um tiro de AEG nos testículos e na hora rimos, achando graça da coisa toda, principalmente quando não é conosco. Mas acontece que além da dor comum, o tal tiro "inocente" pode se tornar algo grave de verdade que pode levar à perda do testículo.
Em 2017, a revista médica
Urology Case Report divulgou o artigo do autor Asadullah Aslam e colegas sobre um caso clínico onde um jogador de Airsoft foi recebido na emergência após receber um tiro de BB nos testículos durante um jogo. O homem de 26 anos deu entrada no Hospital Universidade de Galway após 6 dias de inchaço no saco escrotal além de eritema o que fez com que os médicos fizessem um ultrassom de emergência.
Com os exames os médicos verificaram uma laceração epididimal e
torção testicular. Contudo, a demora do homem em procurar ajuda, com o diagnóstico tardio levaram o homem a perder seu testículo. Este caso é o primeiro do gênero reportado em um adulto.
A torção testicular é uma das contições em que o diagnóstico clínico requer um índice muito auto de suspeita, pois muitos sintomas podem parecer com outras doenças ou condições físicas, que muitas vezes são ignoradas pelos paciente e cuja demora no tratamento adequado pode levar à
cirurgia, que por sua vez não garante que o doente seja curado, caso tenha esperado muito para receber tratamento médico apropriado.
Assim, o que pode parecer uma brincadeira para assustar um amigo, fazer um
"highlander" se acusar ou até para fazer alguém perceber que é um alvo fácil pode custar muito caro para quem receber o tiro de BB. Não foram informados no estudo o tipo de
airsoft gun, distância do tiro recebido nem tipo da BB, por isso, não saiam testando o caso por aí.
Nossa maior dica para os operadores é: protejam e cuidem das outras partes sensíveis de seus corpos no jogo além dos olhos!
Fonte: ASLAM, N; NUSRAT, N; JAFFRY, S. Case of an Airsoft pellet induced epididymal laceration and secondary testicular torsion with the loss of affected testis. Urol Case Rep, 2017, n. 16, p. 12-3.
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